A evolução natural da Doença de Peyronie

as mãos de um médico para simbolizar a doença de peyronie

A Doença de Peyronie consiste em uma anomalia do pênis que pode provocar dor, deformidades, disfunção erétil e dificuldade de penetração durante o ato sexual.

Essa condição acomete principalmente homens acima dos 40 anos, que apresentam o distúrbio no início da curvatura do pênis, acompanhado de dor leve a moderada.

Continue a leitura do artigo e saiba mais sobre essa doença, os sintomas e causas.

O que é a Doença de Peyronie? Conheça os sintomas

A doença de Peyronie é uma enfermidade onde há a formação de placas calcificadas dentro dos tecidos da túnica albugínea.

Quando o pênis sai do estado de flacidez para o de ereção, a túnica albugínea se alonga acompanhando os demais tecidos do órgão sexual. 

Ao ter placas calcificadas no seu interior, essa porção de tecido não consegue se distender, fazendo com que o pênis se curve de maneira não anatômica. 

Com isso, pode haver dor durante a ereção (principalmente nas fases iniciais da doença), dor à penetração (tanto no homem como na mulher) e, em casos mais extremos, impossibilidade de penetração devido à acentuada tortuosidade.

Embora a doença de Peyronie tenha sido inicialmente descrita na literatura médica no século XVIII, são limitados os dados sobre como a doença se comporta – tecnicamente chamado de evolução natural da doença. 

O Dr. Matthew Ziegelmann, da Mayo Clinic em Rochester, relata que a primeira publicação onde é abordada a história natural da doença ocorreu em 1970 – quando pesquisadores descreveram a resolução espontânea dos sintomas em 50% dos pacientes (em um pequeno estudo de coorte).

Muitos homens com Doença de Peyronie que não tratam a doença podem ter melhora ou estabilização da curvatura peniana. Além disso, muitos pacientes podem ter a completa resolução da dor.

Em um estudo envolvendo 700 homens, 162 (23%) responderam um questionário enviado por e-mail. Neste grupo, a duração média da doença era de 8,4 anos. 

Quando impelidos a responder sobre como sua doença havia progredido desde o diagnóstico, 38% dos pacientes afirmaram que estava melhor, 36% disseram que não havia ocorrido alteração e 26% responderam que havia piorado, de acordo com o Dr. Ziegelmann.

Dentro do universo de pacientes que responderam o questionário, 86% afirmaram que tinham algum grau de tortuosidade peniana como forma de apresentação inicial da doença.

Esta curvatura, ao longo do tempo, melhorou ou se desfez em 43% desses pacientes; permaneceu estável em 37% e piorou em 20% dos entrevistados. 

Estes achados não estão de acordo com dados reportados previamente e assumidos como sendo a história natural da doença, afirmam os investigadores.

É possível a cura natural da Doença de Peyronie? 

Um novo estudo feito para avaliar a evolução natural da doença, realizado duas décadas depois, incluiu 97 pacientes já no momento inicial do diagnóstico. 

Neste grupo, 13% dos pacientes relataram que a doença gradualmente desapareceu; o restante descreveu estabilização ou piora da doença.

Em estudo mais recente, datado de 2006, 246 pacientes foram acompanhados desde o início da doença. Ao longo dos 12 meses do estudo, 48% dos pacientes informaram que a curvatura peniana havia piorado.

“A partir dos poucos estudos publicados até o momento, nós passamos a oferecer tratamentos conservadores para os pacientes com a doença de Peyronie, principalmente levando em consideração a perspectiva do paciente”, informou o Dr. Ziegelmann.

Os pesquisadores também ressaltaram que pacientes com menos de 5 anos de doença são mais propensos a relatarem que a sua condição de doença está pior quando comparados com aqueles com mais tempo de doença.

Por fim, o grupo de pesquisadores concluiu que, ao contrário de publicações anteriores, a maioria dos homens com doença de Peyronie experimentam a estabilização ou melhora da curvatura peniana, resolução da dor e diminuição do encurtamento peniano ao longo do tempo.

“As informações colhidas nessa pesquisa nos ajudarão a compreender e aconselhar melhor os pacientes com diagnósticos recentes da doença”, concluiu o Dr. Ziegelmann.


Para maiores informações sobre a Doença de Peyronie e outros conteúdos relacionados, acesse nosso blog e entre em contato com o Dr. João Pedro Bueno Telles, urologista que realiza atendimento em Porto Alegre. Agende sua consulta!