Câncer de Rim

Existem várias tipos diferentes de câncer de rim, classificados a partir de qual porção do néfron (unidade básica do rim) que se originam. O mais comum, com cerca de 85% dos casos, é o carcinoma renal de células claras - originários das células dos túbulos renais. Ocorrem mais em homens, na proporção de 3:2, normalmente em indivíduos entre os 50 e os 70 anos. O número de novos casos diagnosticados aumentou cerca de 50% nos últimos 20 anos (explicaremos o motivo na seção “sintomas”).

Os fatores de risco relacionados à neoplasia renal são o tabagismo, a obesidade e a hipertensão. Destes, o tabaco é o que apresenta maior perigo - estando presente em até 30% dos casos. Também existe uma relação entre hemodiálise e câncer de rim. Cerca de 0,5 a 6% dos pacientes com insuficiência renal crônica tratados com hemodiálise desenvolvem carcinoma de células renais.

Sintomas

Devido à localização do rim (no chamado espaço retroperitoneal), muitas massas renais permanecem sem gerar sintomas - ou serem passíveis de palpação - até estarem muito avançadas. Aproximadamente 20% dos pacientes com câncer de rim apresentam-se com metástases à distância - mais comumente pulmão, linfonodos retroperitoneais, fígado e ossos. Entretanto, sempre devemos procurar uma avaliação especializada com urologista quando apresentarmos hematúria (sangramento na urina), lombalgia (dores nas costas, normalmente em apenas um lado) ou perda de peso significativa (a partir de 10% do peso corporal).

Um fato a ser ressaltado é que o câncer de rim, em 20% dos casos, pode ocasionar manifestações clínicas pouco usuais, sem relação direta com a localização do tumor - as chamadas síndromes paraneoplásicas.

A utilização crescente de ultrassonografia e tomografia do abdômen nos exames médicos de rotina aumentaram muito o diagnóstico, permitindo a identificação de cerca de 50% das lesões de maneira incidental. Estes pacientes, além de evidenciarem tumores de menores dimensões, têm possibilidade de cura muito maior.

Diagnóstico

Conforme já mencionado, atualmente, a maioria dos novos casos de neoplasia renal dá-se por achado incidental durante exames de rotina, principalmente ultrassonografia e tomografia computadorizada. Algumas lesões renais benignas podem simular tumores locais, como cistos, hematomas e abscessos. Nesses casos, quando a tomografia pode não ser precisa, indica-se a ressonância nuclear magnética. Persistindo a indefinição, está indicada uma punção percutânea da massa.

Tratamento

As neoplasias de rim são ditas radioresistentes e quimioresistentes, de modo que a cirurgia, quando factível, representa a única medida curativa. Pode ser realizada a retirada apenas da lesão (nefrectomia parcial) ou de todo o órgão (nefrectomia radical). Entretanto, avanços nas últimas duas décadas nos mostraram que tumores com até 7 cm, limitados ao rim, apresentam comportamentos diferentes (com até 20% das massas sendo benignas). Neoplasias com até 4 cm podem ser acompanhadas, em casos selecionados, através de exames de imagem e punção diagnóstica da lesão - ou tratadas através de terapias ablativas térmicas.

1 - Nefrectomia radical: retirada completa do rim e gordura perirenal. Foi o tratamento padrão, durante décadas, independente do tamanho da lesão. Estudos mostraram que, em tumores pequenos (até 7 cm), a retirada apenas da lesão (nefrectomia parcial) aumentou a sobrevida global dos pacientes porque evitou o aparecimento de insuficiência renal e demais doenças relacionadas. Sendo assim, permanece sendo indicada apenas para tumores maiores (ou onde a nefrectomia parcial seja difícil tecnicamente). Pode ser feita através de laparoscopia.

2 - Nefrectomia parcial: também conhecida como “cirurgia poupadora de néfrons”, busca a retirada apenas da lesão, com margens livres do tumor, deixando a maior quantidade possível de rim para evitar perda de função renal no futuro. É o procedimento padrão para tumores com até 5 a 7 cm. Quando possível tecnicamente, deve ser realizada por laparoscopia por sua menor morbidade.

3 - Ablação térmica: através de processos como a crioterapia ou a radiofrequência, busca-se a destruição da lesão - podendo ser realizada por acesso percutâneo ou laparoscópico. Ainda existe a necessidade de dados de longo prazo, devendo ser indicado com ressalvas. Os candidatos ideais são pacientes com doenças graves, cujo risco de uma abordagem cirúrgica seria muito elevado, e que apresentem pequenas massas renais.

4 - Vigilância ativa: estudos vêm mostrando que lesões renais pequenas, bem delimitadas, sólidas, homogêneas, diagnosticadas em pacientes idosos ou com severas doenças associadas, podem ser acompanhadas com novos exames de imagem, em intervalos de 6 meses a 1 ano.

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