O que é Câncer de Testículo?

O câncer de testículo é a neoplasia sólida mais comum em homens entre os 15 e 34 anos. Embora sejam relativamente incomuns em relação aos demais tipos de câncer (representam apenas 2% das neoplasias malignas), o número de novos casos está aumentando. A forma de tratamento das neoplasias testiculares tornou-se um paradigma na medicina ao integrar cirurgia, quimioterapia e radioterapia e alcançar taxas de controle da doença >90% nos pacientes em geral e 70-80% nos casos de doença avançada.

Causas

Até o momento, não foram identificadas causas genéticas específicas na formação do câncer de testículo. Entretanto, alguns fatores de risco estão fortemente associados:

1- Criptorquidia (testículos não descidos) – Pacientes que não tiveram seus testículos descidos naturalmente até a bolsa escrotal quando crianças tem um risco de 3-10X maior de desenvolverem câncer de testículo mais tarde.

2- História Familiar Positiva – estudos motram que pacientes com histórico de câncer de testículo em familiares (pai, irmão) têm um risco maior de neoplasia que o resto da população.

3- Diagnóstico Prévio de Câncer de Testículo – aproximadamente 2-3% dos tumores de testículo são bilaterais. Desta forma, pacientes com diagnóstico prévio têm risco aumentado de nova neoplasia no testículo remanescente, devendo ser examinado frequentemente.

Sinais e Sintomas

Normalmente, quando o câncer de testículo está em seu estágio inicial, é assintomático. A alteração mais comum é a palpação de um nódulo indolor no auto-exame. Raramente o paciente irá queixar-se de dor ou aumento de volume no testículo ou escroto.

Devido ao seu caráter silencioso inicial, muitas vezes será possível o diagnóstico quando a neoplasia já se disseminou para os linfonodos ou demais órgãos. Nesses casos, os sintomas estarão relacionados com o local de disseminação. Não é raro o pacientes apresentar sintomas inespecíficos como fadiga, febre/calafrios, nausea/vômitos, falta de ar ou tosse. Quando ocorrer disseminação para os linfonodos retro-abominais, o sintoma poderá ser lombalgia (dor nas costas). Alguns tipos de tumor, originários das células que produzem hormônios, podem apresentar o resultado do aumento da produção desses tumores (p.e., ginecomastia –aumento do tamanho das mamas).

Tal como as mulheres no câncer de mama, a única forma de aumentar as chances de cura é o diagnóstico precoce. Para tanto, o auto-exame deve ser estimulado pelos pais e profissionais da saúde em adolescentes a partir dos 15 anos.

Diagnóstico

Quando temos uma lesão testicular suspeita o primeiro teste a ser realizado é uma ultra-sonografia (US) da bolsa escrotal. O exame ultra-sonográfico irá confirmar se a lesão é testicular, excluindo alterações em órgãos adjacentes (epidídimo, ducto deferente).
Confirmada a lesão no testículo pela US, devemos dosar algumas proteínas no sangue, chamadas de “marcadores”. Os níveis da alfa-fetoproteína, da lactato-desidrogenase (LDH) e da gonadotrofina coriônica humana (HCG) poderão ajudar a determinar o tipo de câncer bem como a extensão da doença.

Entretanto, nenhuma das ferramentas diagnósticas acima consegue determinar a presença de neoplasia no testículo. Faz-se necessário coletar material para análise histopatológica. Em casos onde as evidências clínicas apontam fortemente para neoplasia (p.e., lesão envolvendo todo o volume testicular associado a aumento dos marcadores), realiza-se a retirada completa do testículo (orquiectomia) por via inguinal. Nos casos de nódulos suspeitos, muitas vezes torna-se necessário explorar o testículo e decidir pela orquiectomia após coleta de fragmentos da lesão e análise histopatológica durante a cirurgia.

Tratamento

Conforme dito anteriormente, o tratamento do câncer de testículo tornou-se um dos mais bem sucedidos dentro da oncologia. Com as opções de tratamento atuais, a cura pode ser obtida em mais de 90% dos pacientes. O protocolo de tratamento é multidisciplinar, envolvendo cirurgia (orquiectomia e, eventualmente, linfadenectomia), quimioterapia e radioterapia. Os dois principais fatores que irão influenciar na forma de tratamento são o tipo de tumor (seminoma ou não-seminomatoso) e a extensão da doença.

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